Minha filha foi para o colégio com o cabelo preso, como a maioria das vezes gosta de ir, mas hoje ela fez uma firulinha nele. Deixou uma mecha, um tufinho curvo solto bem no meio da testa, quase caindo sobre um dos olhos, como se tivesse sinalizando para todos que a vissem um “ei, você não vai falar de meu cabelo na testa?”.
Tem dia que um cadarço do tênis está solto mas ela não amarra, mesmo que eu tenha que mostrar-lhe que ela caminha chutando-o. Antes de ser preguiça de se agachar e amarrá-lo, para ela é legal andar chutando o cadarço como uma forma de se divertir, entreter-se com algo tão simples.
Mesmo que esteja fazendo calor, Lelê gosta de usar seu blusão de frio quando vai para a escola. Até parece que, mesmo sendo friorenta, o legal para ela é as pessoas vê-la naquela situação calor/frio e indagar-lhe um “você não está sentindo frio?”.
O brinco do menino brinca, porque é moda mesmo sendo diferente. O cabelo multicolorido da menina brinca com o sabor do chamar a atenção. O cabelo espetado do menino brinca, como brincava o cabelo com gomalina do rapaz há muito tempo.
Como a inquietude dos jovens gritando e berrando quando estão em grupo numa farra qualquer, num agito simples, o importante é chamar a atenção, é ter comportamento outdoor. É ser janela windows aberta ao mundo pela internet.
Quando vou pegar Lelê em sua escola observo os adolescentes querendo esbanjar espontaneidade. É muito legal vê-los falando alto, com palavras largadas ao vento sem se preocupar com os decibéis, agarrando-se, empurrando-se, cumprimentando-se efusivamente com toques de mãos, quase que emitindo fumaças cifradas perfeitamente decifráveis entre eles.
Os jovens querem ser diferentes, porque em si a juventude tem temperamento diferente, tem estilo diferente, tem o jeito de ser diferente, quer ser diferente. Diferente visualmente com a indumentária. O querer divergir é ser diferente. Ser diferente. Ponto. Não quer ser unanimidade. Não quer ser, como diria Nelson Rodrigues em sua já famosa frase, não quer ser burra, não quer ser unanimidade burra.
E onde está essa juventude? Está na individualidade de querer ser. Tem momentos que ouço Lelê dizer que adora ser criança. Que, com certeza, adorará ser adolescente. Que aporrinha sendo aborrecente. Mas ao mesmo tempo acha um saco em não poder praticar muitas coisas dos adultos. Um show para ir sozinha, um filme para ir de idade proibitiva. A hora dela vai chegar, está chegando.
A juventude é isso, e mais que isso. Respeitando suas épocas, seus contextos, seus textos, seus discursos políticos, seus discursos de primavera. Discurso de primavera? É só uma frase de efeito, querendo ser jovem.
Tem dia que um cadarço do tênis está solto mas ela não amarra, mesmo que eu tenha que mostrar-lhe que ela caminha chutando-o. Antes de ser preguiça de se agachar e amarrá-lo, para ela é legal andar chutando o cadarço como uma forma de se divertir, entreter-se com algo tão simples.
Mesmo que esteja fazendo calor, Lelê gosta de usar seu blusão de frio quando vai para a escola. Até parece que, mesmo sendo friorenta, o legal para ela é as pessoas vê-la naquela situação calor/frio e indagar-lhe um “você não está sentindo frio?”.
O brinco do menino brinca, porque é moda mesmo sendo diferente. O cabelo multicolorido da menina brinca com o sabor do chamar a atenção. O cabelo espetado do menino brinca, como brincava o cabelo com gomalina do rapaz há muito tempo.
Como a inquietude dos jovens gritando e berrando quando estão em grupo numa farra qualquer, num agito simples, o importante é chamar a atenção, é ter comportamento outdoor. É ser janela windows aberta ao mundo pela internet.
Quando vou pegar Lelê em sua escola observo os adolescentes querendo esbanjar espontaneidade. É muito legal vê-los falando alto, com palavras largadas ao vento sem se preocupar com os decibéis, agarrando-se, empurrando-se, cumprimentando-se efusivamente com toques de mãos, quase que emitindo fumaças cifradas perfeitamente decifráveis entre eles.
Os jovens querem ser diferentes, porque em si a juventude tem temperamento diferente, tem estilo diferente, tem o jeito de ser diferente, quer ser diferente. Diferente visualmente com a indumentária. O querer divergir é ser diferente. Ser diferente. Ponto. Não quer ser unanimidade. Não quer ser, como diria Nelson Rodrigues em sua já famosa frase, não quer ser burra, não quer ser unanimidade burra.
E onde está essa juventude? Está na individualidade de querer ser. Tem momentos que ouço Lelê dizer que adora ser criança. Que, com certeza, adorará ser adolescente. Que aporrinha sendo aborrecente. Mas ao mesmo tempo acha um saco em não poder praticar muitas coisas dos adultos. Um show para ir sozinha, um filme para ir de idade proibitiva. A hora dela vai chegar, está chegando.
A juventude é isso, e mais que isso. Respeitando suas épocas, seus contextos, seus textos, seus discursos políticos, seus discursos de primavera. Discurso de primavera? É só uma frase de efeito, querendo ser jovem.
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