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terça-feira, 18 de maio de 2010

Em um dia normal.

Hoje não é dia dos pais, não é dia das mães, não é meu aniversário, não é o aniversáio de Maurinete. Hoje não é nenhuma data tradicional de homenagem familiar. Hoje é um dia comum, é um dia normal com nossos afazeres de trabalho, do cotidiano de família. É um dia normal em que podemos dar bronca em Lelê porque ela não fez o dever escolar completo. É um dia qualquer em que podemos elogiar Lelê porque ao sair da sala de tv, desligou-a não deixando ligada pra ninguém.
Hoje é um dia tão normal que Lelê foi pra aula de uniforme, com a mochila cheia de livros, cadernos e acessórios. Hoje é um dia normalíssimo em que Lelê viu o Sol dando os primeiros sinais de vida no horizonte, com aquele olhão alaranjado emitindo luz pra quem é lanterna e pra quem é pilha, pra quem é candeeiro e pra quem é pavio aceso, pra quem é farol de neblina e pra quem é farolete.
Porque hoje é um dia normal (parodiando Vinícius de Moraes com seu poema Porque Hoje É Sábado – caramba, ontem recorri ao Vinício também) Lelê pegou a van escolar e passeou pedagogicamente pelas ruas de Brasília, num roteiro de cartas marcadas; Porque hoje é um dia comum Lelê estudou matemática sem entender racionalmente qual a utilidades daquelas fórmulas de raiz quadrada para o seu futuro; Porque hoje é um dia simplesmente chamado de ‘dia’, com sua rigidez de vinte e quatro horas, fez com que Lelê acordasse às cinco e trinta da manhã e dormisse por volta das vinte e uma horas;
Por quê hoje? Sei lá, só sei que foi hoje, como um dia normal, que Lelê entregou pra Maurinete e pra mim, um folha de papel, dessas de tamanho ofício (30x21 cm.) com mensagens, com dizeres de agradecimento, com palavras carinhosas. Ambas as folhas, dobradas ao meio, como se fosse um cartão de presente, estavam desenhadas com lápis de cor árvores, pássaros voando, estrada, corações, sóis com caras alegres, arco-íris e outras singelas firulas.
A folha de Maurinete dizia o seguinte: “Mamãe Mauri: Você é muito linda. Eu te amo de montão do fundo do meu coração. Você é a luz do meu caminho. Obrigada por me dar todo seu calor quando estou com frio. Você é tudo de bom. Você dá carinho, sua paciência, seu conhecimento e está me preparando para o futuro! Te amo.”
A minha folha dizia o seguinte: “Papai DUDU: Você é um careca muito legal. Você se fosse um jogador faria mil gols. Você já fez quarenta mil gols no meu coração. Obrigado por dar atenção, brincar, ajudar nos deveres de casa, comprar figurinhas e por dar carinho. Te amo.” (no desenho de três corações escreveu as síbalas ‘Du-du-zinho’).
Beijamos, abraçamos e agradecemos Lelê.
E assim terminou mais um dia normal.

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