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domingo, 23 de maio de 2010

A falta que faz a falta de energia

Ontem, por volta de três da madrugada, soube depois, faltou energia aqui pelas cercanias de casa, e só retornou por volta de meio dia. Antes de pensar ser um prejuízo, a princípio, achei uma maravilha, mesmo não podendo acessar o computador para ver notícias dos jornais e revistas que tenho acesso.
Lelê acordou às 06:50 e já pediu para tomar café porque estava com fome. Fiz o café e Lelê foi servi-lo já achando ruim porque não havia energia. Ela não podia ver desenho animado enquanto tomava café, então ficou meu pensativa e convesando comigo. Maurinete ainda dormia.
Sem televisão ligada e sem energia, ela então foi pra biblioteca resolver a lição do Kumon e concluir deveres da escola. Quando Maurinete acordou percebeu que ela já tinha feito essas tarefas e deu-lhe os parabéns. Logo após as duas continuaram em mais deveres escolares – Lelê foi vestir o jaleco branco da aula de ciência. A menina adora estudar como se fosse uma professora - para ganharmos mais tempo livre no fim de semana.
Sem televisão ligada e sem energia, Lelê começou a organizar seu álbum de figurinhas da Copa do Mundo com mais dez pacotinhos que lhe dei. Mostrou-me os cromos e ficamos analisando o andamento de conclusão do álbum. Ela ficou muito contente porque das 40 figurinhas apenas duas vieram repetidas. Excelente índice de aproveitamento.
Sem televisão ligada e sem energia, Lelê foi praticar um pouco de violão, ganhar prática, explicar-me umas notas musicais que estava tentando aperfeiçoar. Dou-lhe atenção. Percebo que quem toca um instrumento musical não quer tocar só pra si, quer ter público, como o escritor quer ser lido por leitores.
Sem televisão ligada e sem energia, Lelê foi concluir a leitura do livro A Menina Que Era Outra Vez, de Sérgio Klein para fazer um trabalho da escola. Ela lê e Maurinete fica ouvindo e ambas discutem o conteúdo da obra, analisando passagens das personagens e comentários vários. Vez ou outra escuto risos das duas com as estripulias das personagens.
Sem televisão ligada e sem energia elétrica, Lelê fica gastando sua energia em alguma atividade. Vai na biblioteca e meche num livro, numa revista, num material qualquer seu, reclama porque nunca mais comprei o gibi da Julieta, de Ziraldo. Explico-lhe que é porque nunca mais vi nas bancas.
Sem televisão ligada e sem energia elétrica, a casa parece mais viva, mais energisada com Lelê ocupando todos seus espaços e as coisas de casa sentindo prazer em serem tocadas e observadas por Lelê.
Sem televisão ligada e sem energia elétrica Lelê faz um montão de coisas bastante úteis para seu cotidiano. Então vou torcer, como pai responsável e que está vendo resultados positivos na vida da filha, que a crise de energia que se anuncia, ou que já estamos vivendo no Brasil, continue afundando, continue falhando e que não haja verbas para investimentos nesse setor.
Se em todos os lares Brasil afora houver resultados positivos como o caso de Lelê, o ideal é que se crie uma campanha nacional com o slogan “Apagão já. Por uma melhor educação de nossos filhos”.

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