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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Para Uma Menina Com Uma Flor

Esse título é o título de um poema de Vinícius de Moraes. É um título poético que só os grandes poetas sabem colocar num poema. E é com esse título que quero referir-me a Lelê. Referir-me a uma condição inerente ao universo feminino. A uma condição que a natureza construiu para elas. Se elas gostam, ou não, é só elas que podem expressar o sentimento sobre esse estado natural.
Depois desse floreio todo falo que Lelê, há uns três meses atrás, passou da condição de menina-moça para a condição de menina-mulher. Entra em uma fase em que passa a lidar com novo instrumental em seu corpo. É um momento em que as preocupações de menina se transmutam em preocupações de mulher.
O corpo de Lelê vai cedendo espaço para a fase de mocinha. Vai dando tchau ao corpinho de criança. Vai abandonando a curva da rua da infância, saindo da rua ladrilhada de estrelas infantes e se aproximando do início da avenida da feminilidade. O estado físico vai franqueando a passagem para o estado mental, da reflexão feminina. Como diria o jogador de futebol muito empenhado em uma partida, chamando à responsabilidade.
A natureza mostra a Lelê e ao mundo que seus seios começaram a crescer, os quadris ficam mais largos, o suor ganha odor de gente grande, começa a aparecer pelos nas axilas e no púbis. A natureza bate a porta de Lelê avisando que isso ocorre por causa de dois novos hormônios que o corpo da mulher começa a produzir na chamada puberdade. São os chamados estrogênio e a progesterona. Dois nominhos feios que vão se responsabilizar pelo futuro mal humor e nas atitudes em relações aos meninos.
Agora temos que acrescer mais um item nas compras de casa. Não podemos esquecer de modess. Quando Lelê usou pela primeira vez sentiu um certo desconforto, fez cara de quem não estava gostando nada daquilo, mas acabou se rendendo ao novo estilo de vida. Mas a mamãe, com muito jeito de mamãe, foi lhe ensinando como usá-lo. Deu-lhe aula primária que Lelê já começa a encarar como secundário. Sinal de que a mocinha está chegando pra ficar. “Ah, não tem outro jeito mesmo, então vou usar, e pronto!”, chegou Lelê a conclusão.
Querer que Lelê ficasse sempre criança, para não entrar nesse novo mundo, é não entender que ela é sangue de nosso sangue. Ops! É sangue! Sangue é vida.
Mas o mundo se transforma, como os costumes, e Lelê já vai enfrentar na geração das mulheres de seu tempo a escolher de não querer menstruar, de ter a opção de passar a temporada de praia sem contratempos e usar uma roupa branca despreocupada. E acima de tudo, isso pode representar o fim das malditas cólicas e do terror TPM.
O conforto de Lelê fica amparado pela a evolução da medicina que começa a não ver mal nenhum na supressão da ovulação e da menstruação.
E eu já vou percebendo que em casa, logo logo, seremos três adultos. Com sangue, suor e cerveja, como diria a música de Caetano. Celebremos a vida!

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