Ontem Lelê ficou na escola até às 17:30. Tinha aulas de reforço. Maurinete foi pegá-la. Portanto eu a vi por volta das 06:10 quando nos despedimos ao ir para o colégio e só vim a vê-le por volta das 19:00 hs. Quando isso acontece, ao chegar em casa eu saio correndo em sua direção falando: “ô, minha filha, porque vocês demoraram tanto! Eu aqui, morrendo de saudades de minhas meninas, a tarde inteira sozinho nessa casa, e vocês não aparecem!”. Concomitante eu a beijo, abraço, faço o maior chamego com ela, que fica se esquivando mas ao mesmo tempo gostando que eu faça essa farra com ela que fica rindo o tempo todo.
E antes quando eu corro para abraçá-la, ela fala pra Maurinete: “tá vendo, mãe, eu num disse que ele ia dizer que estava morrendo de saudades da gente, eu num apostei, num foi?”. Eu a retiro do carro abraçando-a, quase derrubando-a no chão. Quanto maior a fuzarca, mais a guria adora. Fazendo uma pausa, ela fala:
Lelê: Olha, pai, eu cortei minha perna.
Eu: Aonde, que não estou vendo?
Lelê: Aqui, ó – aponta o local.
Eu: Isso não é um corte, isso é um arranhão.
Lelê: É um corte, sim!
Eu: Ah, que bom que você se cortou!
Lelê: O que? Falou franzindo a testa.
Eu: Que bom que você se cortou. Muito legal você ter se cortada.
Lelê: Mas pai...
Eu: Isso é muito bom. Isso significa que você brincou bastante, exagerou na brincadeira. Não ficou parada. Isso significa que você tem bom sangue. Imagine, se você chega aqui em casa triste porque não brincou na escola? Um corte é sinal de que você exagerou na brincadeira. Ser exagerada, tem momentos que é legal pra caramba. Lembra daquela música do Cazuza, que a gente sempre ouve no carro? Exagerada!
Lelê: Mas tá doendo...
Eu: Outra coisa boa. Seu corpo está dando-lhe a oportunidade para você sentir coisas diferentes. Imagina, uma menina que nunca sente uma dor ao arranhar-se pode se tornar muito fresca, muito mimada, muito cheia de dengo. A dor também faz parte da vida, minha filha. Carpe diem!
Lelê: O que é isso?
Eu: Aproveite o dia!
Lelê: Com dor?
Eu: Não, com alegria. A dor que você está sentindo não é dor. É alegria. Esse arranhãozinho de merda é simplesmente um detalhe que não estragou seu dia de brincadeira intensa!
Peguei sua mochila e seu blusão de frio e saímos abraçados para dentro de casa, e ela foi contando como foi que sofreu o “corte”. Eu a ouvia com “sim”, “sim”, “sim”. Como ela se estendia nas explicações lhe indaguei:
Eu: Quer ir pro hospital engessar a perna?
Lelê: Você tá louco!
E antes quando eu corro para abraçá-la, ela fala pra Maurinete: “tá vendo, mãe, eu num disse que ele ia dizer que estava morrendo de saudades da gente, eu num apostei, num foi?”. Eu a retiro do carro abraçando-a, quase derrubando-a no chão. Quanto maior a fuzarca, mais a guria adora. Fazendo uma pausa, ela fala:
Lelê: Olha, pai, eu cortei minha perna.
Eu: Aonde, que não estou vendo?
Lelê: Aqui, ó – aponta o local.
Eu: Isso não é um corte, isso é um arranhão.
Lelê: É um corte, sim!
Eu: Ah, que bom que você se cortou!
Lelê: O que? Falou franzindo a testa.
Eu: Que bom que você se cortou. Muito legal você ter se cortada.
Lelê: Mas pai...
Eu: Isso é muito bom. Isso significa que você brincou bastante, exagerou na brincadeira. Não ficou parada. Isso significa que você tem bom sangue. Imagine, se você chega aqui em casa triste porque não brincou na escola? Um corte é sinal de que você exagerou na brincadeira. Ser exagerada, tem momentos que é legal pra caramba. Lembra daquela música do Cazuza, que a gente sempre ouve no carro? Exagerada!
Lelê: Mas tá doendo...
Eu: Outra coisa boa. Seu corpo está dando-lhe a oportunidade para você sentir coisas diferentes. Imagina, uma menina que nunca sente uma dor ao arranhar-se pode se tornar muito fresca, muito mimada, muito cheia de dengo. A dor também faz parte da vida, minha filha. Carpe diem!
Lelê: O que é isso?
Eu: Aproveite o dia!
Lelê: Com dor?
Eu: Não, com alegria. A dor que você está sentindo não é dor. É alegria. Esse arranhãozinho de merda é simplesmente um detalhe que não estragou seu dia de brincadeira intensa!
Peguei sua mochila e seu blusão de frio e saímos abraçados para dentro de casa, e ela foi contando como foi que sofreu o “corte”. Eu a ouvia com “sim”, “sim”, “sim”. Como ela se estendia nas explicações lhe indaguei:
Eu: Quer ir pro hospital engessar a perna?
Lelê: Você tá louco!
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