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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Da internet

Quando vejo, tá lá Lelê fazendo uma bateria de exercícios e deveres de casa com a internet ligada. Passando um clip, ou algo parecido, e tome que escreve algo do livro no caderno sobre a escrivaninha. Com calma cheguei junto a ela e disse que assim, dessa forma de estudar, acreditava eu que seu rendimento não seria uma boa.
LL: Mas pai, eu já li todo esse texto de história.
DD: Não duvido. Ler é uma coisa, entender é outra.
Ela já estava praticamente no final dos deveres e depois conversamos, eu e Maurinete, que não seria mais permitido ela fazer dever escolar com o computador ligado na internet, assistindo clip, ouvindo música, tocando flauta, tudo ao mesmo tempo agora. Depois peguei o caderno dela e vi muitos erros de português e há carência de melhor ordenação em suas explanações. A verdade é que essa geração Lelê/toddy/iogurte/pão e congêneres enlatados, quer tudo enlatado, até o conhecimento via inteligência Google, o salvador da pátria. Não nego as facilidades do computador. Não sou burro. Julgo. No entanto, só computador, não é possível. É verdade que todos os dias ela pede nossa orientação nos deveres, sem entregarmos o queijo e a faca de graça pra ela. Bem, quem tem filho sabe que os tempos modernos também é uma sinuca de bico.
Abunda informação na escassez de conhecimentos. A propósito: li um artigo de Rose Muraro, no Correio Braziliense do último dia 12, muito bom, exatamente sobre essa questão da escassez dos gênios culturais e científicos de nossa época em decorrência dessa nossa civilização de consumo, internet e videogames. Para ela parece que estamos em um século de deserto. Acrescenta: “da segunda metade do século 20 em diante, estamos cercados de uma noosfera imbecil, niveladora por baixo, que faz que os grandes gênios que certamente existem não possam acontecer. Seja pela pobreza material, seja pela pobreza emocional e espiritual”, E vai mais: “Rádio, televisão, videogames, a primazia do consumo sobre a qualidade de vida, tudo isso é ambiente nefasto para o caminhar da espécie humana que está nos fazendo chafurdar nesta realidade rasa e pantanosa”. E por aí vai. Mas eu estava falando mesmo era da interferência da internet, esse mundo fantástico, na aprendizagem escolar de Lelê. A verdade é que ela é tão fantástica que, se não tivermos cuidado ela acaba nos engolindo. Ah, estou abordando essas questões aqui não é porque eu queira infernizar a vida de Lelê para ela se tornar gênio, não. Fui!

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