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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Parem o mundo que eu quero descer!

O bicho está pegando. Pintou um desespero em Lelê e ela começou a chorar. A questão é que, desde o jardim da infância ela tinha sempre um professor, e agora ela tem para cada disciplina – e é disciplina mesmo! – um professor. De português a ciências, passando por filosofia e artes são quase dez professores. De repente a menina viu que as tarefas de casa cresceram de volume, a descentralização professoral a cobrar deveres e mais deveres todos os dias assustou Lelê. Chegou vinte e uma horas e as tarefas não estavam prontas. E o chororô tomou de conta da guria. A ajuda de Maurinete lendo textos para ela entendê-lo para responder questões e eu dando uma mãozinha em desenho – sou bom para reproduções de desenhos – foi uma mão na roda para acalmá-la e fazer com que ela comece a perceber que ela agora tem que se organizar, administrar seu tempo para não se perder com as tarefas escolares.
Isso significa que Lelê começa a adentrar o mundo da trituração do pequeno ser singelo que era, a criança despreocupada com o tempo e com nada, para entrar no mundo da competitividade escolar, mesmo que todas as escolas digam que não, que a escola formará uma cidadã para um futuro promissor. Mas sabemos que, no fundo no fundo a globalização, o mundo moderno, o liquidificador das intempéries contemporânea é um caminho sem volta. Do contrário, quem não seguir esse ritmo cairá no isolamento. Resta-nos, como pais, aparar as arestas das angústias da modernidade para que Lelê, todos nós, não sejamos apenas um dado estatístico jogado na mesa de negociação de Dôrra. E nós vamos conseguir isso?

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