Pesquisar este blog

Seguidores

Total de visualizações de página


sábado, 7 de fevereiro de 2009

Café-com-leite filosófico

Dá dó –percebi o cacófato – ter que acordar Lelê às cinco e trinta da manhã. Tudo escuro, a madrugada ainda está vivíssima, nem um galo pra a gente ouvir cantar. Se bem que, pelas redondezas daqui de casa não existe esse despertador natural. Depois que o celular toca sua sineta tenho que tirar Lelê de seu sono profundo. Incrível, ela não faz cara feia, não faz jogo de querer ficar mais um pouquinho na cama, nada. De imediato ela se levanta e já vai buscar sua toalha pra tomar banho. Se arruma e o café já deixo pronto na mesa pra ela. Hoje, não sei se foi por displicência ou por sono, deixou derramar café-com-leite na blusa do colégio. Ainda resmungou um tipo “nojo!” pelo o auto incidente. Maurinete correu e conseguiu limpá-la a tempo sem prejudicar seu uso. Esse fim de semana ela vai ser lavada. Ontem era sua primeira aula de filosofia. Que o pingado derramado não estragasse seu dia. Não adianta chorar pelo leite derramado. Deu até vontade de lhe falar pra derramar o café-com-leite na caneca da filosofia. Sua caneca é profunda – se coloco outra caneca, que não seja a dela, a reclamação logo surgirá - suporta xingamentos matinais, mas só até antes do pôr do sol. Não lhe falei isso por que sua anima ainda estava nos lençóis da cama, repousando no travesseiro. Lelê iria soltar um “o quêêê!!” e eu iria respondê-la: “Não se preocupe, filhinha, isso aconteceu porque eu cortei seu pão com um corte epistemológico, a faca estava muito amolada pela refratalidade Kantiana, e aí a manteiga escorreu pelos ditames Kierkegaardiano”. Exclamativamente Lelê diria: “Pai, você tá maluco? Você já se acordou?”.

Nenhum comentário: