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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O jaleco

Aula de laboratório. É mais uma novidade na vida escolar de Lelê. Ela tá toda empolgada com essa aula, principalmente porque tem que ter uso obrigatório de jaleco. Jaleco com seu nome escrito acima do bolso do lado esquerdo do peito. Tudo providenciado e Lelê, até que enfim vai se tornar “doutora”. Foi assim que ela se sentiu vestida com aquele jaleco branco, símbolo universal da profissão médica. Ah, como podíamos deixar passar em branco esse momento? Qual nada!
LL: Pai, eu mereço uma foto.
DD: Com certeza.
Corro e busca a máquina. Clique! Pronto, o registro para toda a vida de Lelê.
LL: Mais uma, pai!
DD: Vamos lá!
Clique! Clique! Sei lá o que Lelê vai ser na vida, que profissão vai exercer. Não temos a menor idéia. Só estamos preparando-a para a retidão na vida. O mais, o futuro delineia.
Fiquei observando a força que o jaleco exerce sobre as pessoas – adulto ou criança. Acredito que a empolgação de Lelê vestida num jaleco seja tanto quanto ao de um médico, ao de qualquer profissional que use um profissionalmente.
Um pouco de história sobre o jaleco não faz mal a ninguém. Li num livro bem interessante, Medicando com Arte, dos médicos Armando José China Bezerra e Jordano Pereira Araújo, publicado pelo CRM-DF que “a vestimenta relacionada à profissão médica sempre variou muito entre as diversas culturas. Em várias cidades européias da Idade Média, o médico usava roupa vermelha para se destacar dos outros profissionais. Nos primeiros hospitais surgidos na Europa, nos quais quem prestava cuidados era o clérigo, a cor usual das roupas era o preto. Nesse período , os hospitais eram locais onde os doentes que não tinham assistência familiar iam para passar seus momentos finais, já que a Medicina não podia fazer muito por eles. Assim, a roupa escura ajudava a criar um ambiente apropriado de luto. Entretanto, até o fim do século XIX, não havia um uniforme ou uma cor ligados diretamente à profissão. O médico usava no consultório e até nas salas de cirurgia as mesmas roupas que usava na rua”. Não falei pra Lelê isso sobre a história do jaleco, mas vou contar.

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