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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Prisão escolar

Sinceramente, eu gostaria tanto que Lelê ficasse em casa só brincando, correndo, bicicletando, livrando, filmando, cocacolando, frutando, sucando... Esse negócio de todo dia, de segunda-feira a sexta-feira pegar a van escolar e ir para o colégio, parece como se fosse um prisioneiro naquela condição que passa o dia livre e a noite tem que retornar à prisão para cumprir pena. Chega lá na escola e Lelê é recepcionada pelo carcereiro, digo, o bedel, vigiando a entrada da prisão, digo, escola. A guarda, digo, a professora lhe dá ordens, que, se desobedecidas tem o castigo de repetir a lição do livro, digo, ficar sem tomar sol por um mês; a diretora da escola, digo, a chefe da Papuda - penitenciária de Brasília - , chamará os pais se o filho extravasou por não suportar tanta complicação matemática e o tédio de ficar confinado em sala de aula, digo, se o detento não suportar a solidão de sua alma – ou o excesso de presos por cela, provocando motim, e aí o diretor da escola chama reforço policial, digo, os pais para dar uma reprimenda daquelas. Sim, eu já sei, é assim que funciona a engrenagem da nossa formação escolar para que sejamos adultos bem sucedidos. Vai dizer que tem alguém aí, caro provável leitor, que deixou de provar a explosão de alegria quando chegávamos na escola e a diretora falava que não iria ter aulas porque tinha morrido alguma autoridade, personalidade da cidade ou do país. Hoje em dia está cada vez mais difícil, principalmente político importante – ou raça ruim de morrer.
São tantas as frases de efeito, bonitas, reflexivas sobre a escola que resolvi citar apenas uma, que achei muito legal. É do místico Jacob Boehme: “As escolas existem para transformar as crianças que brincam em adultos que trabalham”.

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