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terça-feira, 29 de julho de 2008

Palavras


Parece até que Lelê é neta de Aurélio Buarque de Holanda, ou de Antonio Houassi, ou mesmo de Caldas Aulete. Se ela ouve a gente falar uma palavra e não sabe o significado, pergunta logo o que significa. Se for alguém estranho a ela, ela guarda a palavra no seu hd depois nos pergunta, e as vezes a gente tem até esquecido o contexto com esse alguém. Eis algumas palavras que lembrei que ela interrogou:

ZIRCÔNIO. Maurinete falou que o brinco dela parecia com essa pedra preciosa. Segundo o Aurélio a “zirconita é um mineral tetragonal, silicato de zircônio, o qual, quando transparente e límpido, é pedra preciosa”. Eu também não sabia que diabo era zircônio.

PICHAR. Ela falou-me que ouviu uma colega da escola dizer que sua rua era toda pichada, menos a casa dela. Disse que ficou com aquela palavra matutando na cabeça até captar o sentido com a conversa da amiguinha. “São aquelas palavras riscadas nas paredes feita com spray que a gente não sabe o que significa”. Falei-lhe sobre o projeto Picasso não Pichava daqui de Brasília para retirar a rapaziada pichadora dos prédios e a pintar painéis nas paredes que não fossem monumentos públicos.

AMBULANTE. Era uma reportagem na televisão sobre camelôs no Rio de Janeiro. Mal começou a reportagem ela já indagava Maurinete, que deu a explicação léxica, porque a explicação sociológica as imagens por si só fizeram-na entender, o pau comendo solto da polícia sobre os ambulantes. Terminada a reportagem Maurinete fez o complemento das explicações desse drama social.

MACAU. Era também uma reportagem na tv, sobre a cidade que os atletas brasileiros estavam indo se aquecer pras disputas das Olimpíadas de Pequim, e um dos motivos era que ainda existia gente que falava o português. Mas só gente velha, porque os novos já não estavam nessa tradição histórica. Influência do domínio econômico português nos idos de mil e quinhentos e cassetada.
“EU SOU MUITO GRANDE, NÃO CABO NO AVIÃO”. Não, ela não queria o significado, e sim, saber se essa frase estava certa, que ela achava que estava errada. A frase está no livro que ela está lendo As Aventuras do Avião Vermelho, de Érico Veríssimo. Maurinete falou que não estava certa, ela continuou a leitura e descobriu o certo expresso algumas frases adiante. Era um diálogo, e a frase correta, que está no livro é: “NÃO DIGA CABO, CAPITÃO. DIGA CAIBO”.

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