Lelê chegou da escola, rodou bicicleta (não fui, a minha está quebrada), já entrando em casa:
DD: Minha filha, você já vai tomar banho para jantar e está passando brilho nos lábios!
LL: (Teatralizando) Menina sempre tem que ficar linda, sempre tem que ter brilho nos lábios. Toda mulher tem que ficar bonita, charmosa. Vocês homens, não, se passam brilho acham que ficam bicha, vocês não entendem disso. Quem passa brilho nos lábios é o Ney Matogrosso porque ele faz um trabalho... Um trabalho... Um trabalho artístico.
DD: Tá legal, mas deixe pra passar depois da janta.
LL: Fique tranqüilo, pai. O charme da mulher tá em passar batom nos lábios, se mostrar, entêndj?
Fiquei olhando pra ela achando que estava entendendo que ela era uma semente da vaidade feminina, estava eu aprendendo a lidar, ao vivo, a cores, no terreiro de casa, com esse universo a entrar no processo fantástico de como se constrói uma mulher.
Ela já se preocupa com o cabelo:
LL: Tá bom assim esse cabelo, pai?”.
DD: Ótimo!. “
LL: Não, mas eu não estou gostando.
Já diverge de Maurinete na escolha das roupas:
LL: Mas essa roupa não combina com essa sandália!.
As vezes faço a sugestão de roupa:
LL: Mas pai, num tá vendo que essa blusa não combina com esse jeans?.
E eu, de forma comum:
DD: O jeans combina com qualquer outra peça”.
LL: Ah!!. Monossilabilou como se estivesse falando: “esses homens não entendem de nada”. Como não sou deus só me resta saber onde tudo vai desaguar.
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