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sexta-feira, 6 de junho de 2008

Baculejo

Não tem jeito. Por mais que a gente peça a Lelê ela acaba esquecendo de levar objetos seus de dentro do carro para dentro de casa. Certos dias dou um baculejo no gol e encontro coisas da garotinha, como: maria chiquinha – sorte que ela tem várias; borrachas de amarrar dinheiro – não sei onde ela consegue essas ligas; envelopes vazios de figurinhas dos Rebeldes – várias duplicatas estavam na lateral da porta traseira; uma meia - “ oh, deus, eu jurava que essa meia estava dentro de casa; uma bonequinha pichututinha – “pai, você não viu aquela bonequinha minha, não?”; grampo de cabelo – tem dia que quer prender o cabelo e fica louca procurando um mísero grampo; tampa de batom – ”num sei, mãe, eu acho que eu vi ela ali no armário da cozinha!”; papel de balinha e de chiclete – “mamãe já falou, filhinha, que não quer que a filhinha fique chupando bala e chiclete toda hora, pois se não vai ter que ir no dentista com muita freqüência”; lapiseira – “filhinha, você não viu aquela lapiseira amarela minha que estava na escrivaninha da biblioteca, não?”, “juro, papai, que não vi”; uma sandália de dedo – “eu sabia que a desgraçada dessa sandália não estava aqui dentro de casa porque eu já revirei tudo!”; a flauta da escola – entrou no carro já está ela soprando um tirulilulá!, firim-fom-fom!, fiu-fiu-fiu!: “viu, pai, aprendi mais uma nota, olha só!”; os gibis do Maluquinho e os da Julieta – “o sol que bate aqui dentro do carro, filhinha, vai amarelando as revistas, tome cuidado!”.
“Não, num vou esperar não, leve agora pra dentro de casa. Você só sabe dizer ‘espera, espera, espera’, e nunca leva, caramba!”.

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