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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Por que os filhos não entendem os pais

O colégio de Lelê organizou uma palestra para seus alunos essa semana, e o título foi esse aí acima. Será que foi uma estratégia da escola para os alunos não se sentirem incomodados pela pressão que os pais exercem sobre seus filhos nessa reta final de provas de fim de ano, quando é o período em que os alunos terão que demonstrar por que essa é a hora da onça beber água?
Lelê já chegou em casa comentando da palestra. Disse que foi muito boa e, indagado por mim se encontrou alguma resposta para o questionamento da palestra, ficou reticente. Pelo visto a palestrante carregou o verbo favoravelmente aos pais.
A revelação que Lelê fez da palestradora é que os filhos buscassem a origem da vida de seus pais, o caminho trilhado por eles. Norteou a argumentadora, possivelmente, que a cota de sacrifício deles, alunos, é inferior ao que seus pais passaram para colocá-los em um colégio particular com muitas regalias, e que, portanto, o esforço para estudar e serem aprovados seria o mínimo de obrigação de cada um.
Lelê falou que enquanto a palestrante discorria ela não tirava da cabeça a música Pais e Filhos, de Renato Russo. Como já falei anteriormente estou comprando a coleção completa de cds da Legião Urbana, que está saindo nas bancas, e o dessa semana contempla Pais e Filhos, e Lelê sempre quer ouvir essa música. Está encantada com a música, mais especificamente com o refrão: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, Porque se você parar para pensar, na verdade não há”. Acha demais essa mensagem.
Ouvindo outras músicas do Renato Russo ela falou que ele era doidinho, ou seja, queria dizer que o cara era fera, muito inteligente, bastante sensível na captação de sentimentos tocantes. Estou torcendo pra que ela não se obstine com Pais e Filhos, porque senão eu não vou mais parar pra pensar de tanto ela repetir a música no carro. Até furar o disco, como se dizia antigamente, no tempo dos vinis.
Fiquei até pensando se Lelê não inverteu o título da palestra e não seria “por que os pais não entendem os filhos”. Insisti em lhe perguntar por que ela não entende a mim e a Maurinete. Que ela fale porque isso ocorre, para que possamos fazer nossas correções e ela também.
Por mais que sentemos à mesa de negociações, já que hoje, com essa crise global dos países, até da Europa, estão sentando à mesa de negociações, penso que o conflito de interesses nossos, pais, e os interesses de LeLê, filhos, não terão resultados satisfatórios nas bolsas de valores, morais e cambiais.
Quando falamos dos primeiros, os valores morais, sempre implica alguma restrição. Nem que seja umazinha de nada, por mais que sejamos liberais, e quando falamos dos segundos valores, os cambiais, Lelê sempre vai achar que a tacha de juros implicou cortes em sua mesada, causando perda no consumo interno de chocolates, chicletes e refrigerantes, mesmo sabendo que, pertencente à classe média, que sempre alavanca o consumo, e consequentemente gerando mais empregos, sempre reclamará de perdas salariais da mesada.
Essa é a pedagogia do sistema capitalista: os pais torcerem para que os filhos entrem na engrenagem do consumo. Uns, parcimoniosamente, e outros, vêem-nos entrar de forma desbragadamente.

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