Não sei por que, agora Letícia diz que quando crescer quer ser detetive. Onde essa menina arranjou essa moda? Sei lá! Poxa, vida, não quer ser médica para tratar das criancinhas pobres; não quer ser veterinária pra cuidar dos cachorrinhos, dos bichinhos tão fofinhos; e, por que não, ser do corpo de bombeiros, ora bolas. Pois bem. Íamos começar a almoçar quando ela chegou para se juntar a nós à mesa, vestida com a indumentária de detetive, segundo ela.
Eu: Que é isso, minha filha, que roupa é essa?
Lelê: É a roupa de detetive.
Eu: Roupa de detetive? Tem certeza?
Só tive que rir com o óculos azul, no formato de fantasia de carnaval, postos nos olhos como se estivessem espionando, só podia ser, um lutador de sumô. No pescoço uma corda emplumada de lilás como se fosse um cachecol. Na cabeça um chapéu de couro nordestino como se fosse a Maria Bonita de Lampião, e o celular com hadphone ouvindo música sertaneja. Chegou ela se esgueirando pelas pilastras da varanda como se estivesse espionando, quem, só a imaginação dela é que diria.
Eu: Minha filha, detetive é exatamente o oposto do que você está fazendo agora, com essa vestimenta que só faltou uma melancia pendurada no pescoço para dizer que você é tudo, menos detetive.
Mas ela não se importou com meus comentários e me olhou de soslaio – palavrinha que casa muito bem com detetive. Percebi que a imaginação dela estava a mil, estava quase descobrindo que fora o garçom que colocou sonífero no copo de cerveja de Zeca Pagodinho. Dei a última golada de cerveja em meu copo e almoçamos sob a suspeita constante de Lelê.
Eu: Que é isso, minha filha, que roupa é essa?
Lelê: É a roupa de detetive.
Eu: Roupa de detetive? Tem certeza?
Só tive que rir com o óculos azul, no formato de fantasia de carnaval, postos nos olhos como se estivessem espionando, só podia ser, um lutador de sumô. No pescoço uma corda emplumada de lilás como se fosse um cachecol. Na cabeça um chapéu de couro nordestino como se fosse a Maria Bonita de Lampião, e o celular com hadphone ouvindo música sertaneja. Chegou ela se esgueirando pelas pilastras da varanda como se estivesse espionando, quem, só a imaginação dela é que diria.
Eu: Minha filha, detetive é exatamente o oposto do que você está fazendo agora, com essa vestimenta que só faltou uma melancia pendurada no pescoço para dizer que você é tudo, menos detetive.
Mas ela não se importou com meus comentários e me olhou de soslaio – palavrinha que casa muito bem com detetive. Percebi que a imaginação dela estava a mil, estava quase descobrindo que fora o garçom que colocou sonífero no copo de cerveja de Zeca Pagodinho. Dei a última golada de cerveja em meu copo e almoçamos sob a suspeita constante de Lelê.
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