Semana passada Lelê teve que ler (e aí o verbo “teve” está apropriado) Moby Dick de Herman Melville, clássico da literatura mundial, para fazer trabalho da escola. Desses trabalhos que os professores indicam o livro para o aluno fazer um resumo indicando os pontos principais da obra e outras querelas mais.
O livro era uma edição resumida, ilustrada, próprio para estudantes de primeiro grau, pois Lelê não teria pique para ler o original e açambarcar seu conteúdo. Maurinete leu o livro juntamente com ela para ajudá-la no trabalho. Ambas leram oralmente, e Letícia vai sempre perguntando o significado das palavras ou expressões e Maurinete vai aparando as arestas na interpretação do livro.
Disse Lelê que foi o pior livro que já leu. Que que eu posso fazer? Nada. O conteúdo do livro não lhe apeteceu, não lhe despertou atenção. Achou-o maçante. Quem sabe, no futuro, ela o reencontre e passe a achar o melhor livro lido, já com a visão de leitor amadurecido e amadurecida na vida. Não sei se seus colegas foram de mesma opinião.
Não naveguei ainda nas quase setecentas páginas originais da história da baleia para ver se Lelê tinha razão. Provavelmente ela tenha razão pois a visão literária atual dela é a visão de uma menina que está construindo uma leitora.
Por outro lado essa semana ela chegou em casa pedindo que comprássemos o gibi Turma da Mônica Jovem. Pelo tom de sua voz, e a gente pai percebe isso, foi influência de algum colega que já tenha lido esse gibi. Achei ótimo isso, pois adoro gibis, sempre apreciei gibis. Essa semana mesmo Maurinete saiu com ela pela cidade e comprou o gibi de Maurício de Souza, que fez esse gibi adaptando a turma infantil da Turma da Mônica para a Turma da Mônica adolescente.
Dei uma rápida olhada no gibi e vi que eram estórias realmente que abarcam o universo adolescente e, Maurício de Souza, visando esse filão do mercado de adolescentes, caiu fundo no projeto.
Perguntei para Lelê se ela queria que eu fizesse assinatura do gibi, o que ela assentiu de bate pronto. Fiz assinatura via internet e daqui a um mês começaremos a receber a revista. Percebi, e revelo descaradamente, que eu também fiquei interessado no gibi e a assinatura soou mais interesse meu do que de Lelê.
Minha formação de leitor começou pelos gibis, quando eu era criança. Eu adorava os gibis de Tio Patinhas, Pato Donald, Zé Carioca, Tom e Jerry... e mais tarde os gibis de Angeli (Chiclete com Banana), Henfil (Revista do Henfil), Laerte (Piratas do Tietê), e por aí vai.
Lelê ama de paixão os gibis do Menino Maluquinho de Ziraldo. Acho que já falei disso em algum post anterior. Praticamente já releu todos que tenho. Ela gosta de lê-los antes de dormir.
Considero que é assim mesmo: rejeita Moby Dick, aceita Turma da Monica Jovem, rejeita José de Alencar futuramente, aceita Machado de Assis aos poucos... E assim vai se processando a leitora Lelê.
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