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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eu só sei que nada sei


Lelê: Pai, você já viu frase mais idiota do que essa: “só sei que nada sei”.
Eu: Por quê?
Lelê: Ora, se não sabe de nada, é porque não sabe, e pronto!
Eu: E de quem é essa frase?
Lelê: É do Sócrates.
Eu: Certo.
Lelê: Verdade? Pensei que fosse de Aristóteles!
Eu: Quando você estiver estudando na universidade, você irá tomar conhecimento melhor dessa frase. Quando você já estiver formada, você saberá melhor ainda o sentido dela.
Lelê: E vai demorar tanto assim pre’u saber?
Eu: Dá sétima série que você está hoje, até você se formar, você enfrentará muitos “só sei que nada sei”. Principalmente em dias de provas e testes. Num fique triste não, porque existe o lado oposto da questão.
Lelê: Como assim?
Eu: Por exemplo: Eu só sei que tudo sei porque o Brasil não foi campeão da Copa do Mundo na África.
Lelê: Mas aí não é preciso ser filósofo pra saber. Como você sempre fala, “até um bebê de touca, sabe”.
Eu: Eu só sei que nada sei sobre a morte, mas sei que sabemos que vamos morrer.
Lelê: Cruz credo, pai!
Eu: Filosofia é isso, minha filha, é questionar as certezas e incertezas.
Lelê: E por que o Brasil perdeu a Copa?
Eu: Porque Erasmo de Rotterdam, filósofo holandês, fez um Elogio da Loucura ao futebol brasileiro. Seria muito louco os holandeses ganharem do Brasil, pelo menos para os desentendidos de futebol, e, de fato, a Escola de Frankfurt é que não soube da lição correta de casa contra a Espanha e deixou que José Ortega y Gasset, filósofo espanhol, aderisse ao esquema tático dos passes infinitos, num jogo de pé em pé até atingir a meta alemã.
Lelê: Tá ficando maluco, pai!
Eu: Eu só sei que em 2014...
Lelê: O Brasil vai ser campeão!
Eu: Eu só sei que nada sei disso.

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