A poesia é capaz de emocionar as pessoas. Sim, claro, depende de quem a escreve e com que sensibilidade, com que arte se escreve. De Carlos Drummond de Andrade já li quase todos seus livros de poesias, e, realmente, é de embevecer. Tem cada poema que a gente quando acaba de ler quer reler, reler e reler.
Tem outro poeta que pra mim, talvez seja melhor que o Drummond. Pode até ser que duvidem de mim, mas é que o estilo desse poeta que eu acho, talvez, melhor que Dru, tem um estilo fino, cheio de humor, tão encantador quanto Dru, também. Lógico que existem outros tantos poetas bons, e tantos outros poemas maravilhas. O Paulo Leminsk é outro que eu também admiro e miro seu estilo Haikai, que não rai cair nunca.
Mas, porque estou fazendo esse rodeio todo? É que Letícia chegou da escola falando que leu um poema, do Mário Quintana, chamado “O Laço”, e que se emocionou muito. Emocionou-se tanto que chorou. Ela e uma amiguinha que ela gosta muito. Ambas choraram. Perguntei-lhe se alguém não achou que ela pagou mico, já que hoje em dia qualquer coisinha os jovens acham que pagam mico. Mas ninguém achou isso delas, porque muitos também se emocionaram. É lógico que a circunstancia também contribuiu para esse momento. É que a escola dela, no primeiro dia de aulas desse ano, distribuiu um folheto para cada aluno com esse poema de Quin e houve uma leitura coletiva. Então, vamos ver o que que Quin quis falar sobre o laço ao ponto de fazer Lelê se emocionar. Eis:
O LAÇO, por Mário Quintana
Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço… uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando…devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso…
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!
Querido aluno(a)
Um 2011 cheio de “laços de amor”!
Com carinho,
Colégio Moraes Rêgo